A resposta para essa pergunta pode não resultar, a priori, um milhão de dólares que muitos
candidatos a empresários aspiram, ao vislumbrar uma mudança de status profissional e social.
Mas talvez afaste algumas pedras do percurso de empreendedores que buscam uma âncora para
seu futuro negócio.
Os caminhos são tortuosos, arriscados e incertos. Exigem coragem e persistência de quem se
propõe a ser inovador apostando em suas próprias ideias, às vezes em cenários turbulentos como
os que estamos vivenciando globalmente.
Em síntese, foi o que disse Marc Randolph, cofundador da Netflix, em recente visita ao Brasil, ao
palestrar sobre os acertos e desacertos do seu bem-sucedido empreendimento no ramo de
entretenimento. Mas como bom jogador ele demarcou alguns pontos mas não revelou
integralmente sua tática, ou seja, o mapa da mina. Deixou essa proeza por conta da curiosidade e
do faro de negócio de seus expectadores.
Mas sua narrativa apontou algumas pistas importantes que desvendam, em parte, a relação entre
cultura e estratégia. Por exemplo, as empresas representam uma espécie de comunidade com
suas especificidades, mas integram um universo mais complexo, berço dos atores sociais que
atuam em seu interior, mediados por suas respectivas bagagens.
Vale dizer que, ao vestir a “camisa” da empresa, o funcionário não abdica de sua indumentária
sociocultural. Dito de outra forma, a cultura permeia todas as relações institucionais. Logo,
qualquer estratégia de negócio que ignore essa realidade pode tensionar o ambiente interno,
impactando negativamente a produtividade. Por consequência, corre o risco de comprometer os
resultados econômicos como um todo.