Pressionadas pelo dia a dia, algumas empresas declinam de avaliar com a devida atenção
determinados fatos organizacionais que ocorrem internamente e que têm forte potencial
multiplicador de resultados. Estudos realizados pela Textocon demostram, por exemplo, que
funcionários voluntários que realizam ações filantrópicas externas, protagonizadas por seus
empregadores, trazem para dentro da empresa um importante capital social. Os dados apontam
que essa bagagem se traduz em mudanças de comportamento que ressignificam crenças e
valores pessoais.
Quando bem administrado, esse treinamento indireto pode influenciar a autoestima e elevar a
satisfação no trabalho. Mas, pelo que se observou, nem sempre o aprendizado é medido e
disseminado de forma sistemática em outras áreas além das que abrigam os voluntários, no
cumprimento de suas funções contratuais. Com isso institui-se um gap no potencial sinergético do
trabalho voluntário enquanto facilitador de condutas alinhadas à cultura organizacional da
empresa.
A partir dessa análise sugere-se uma abordagem de responsabilidade social que implica um olhar
para além do retrovisor. Ou seja, recomendamos focalizar e gerir o trabalho voluntário como uma
tecnologia de gestão capaz de transformar subjetividades em diferencial competitivo, no contexto
da diversidade. Essa interface qualitativa evidencia também a importância da gestão estratégica
dos recursos humanos, ao permitir que um capital social – visível ou invisível – seja incorporado
por outras áreas da empresa, gerando resultados em cadeia.