O fim das lojas de departamentos e das empresas familiares focadas quase que
exclusivamente no personalismo de seus fundadores é um dos marcos da grande
mudança sofrida pelo varejo brasileiro, na virada do século. Tanto os grupos
remanescentes como os empreendedores estreantes, inclusive alguns estrangeiros aqui
desembarcados, tiveram que ressignificar suas práticas de gestão frente às novas feições
culturais da globalização, conforme pesquisa da Textocon que em breve será publicada
em livro. A conquista de mapas emergentes de consumo exigiu um modelo de negócio
baseado no deslocamento do foco do produto para o cliente, bem como uma cultura
organizacional inspirada na substituição parcial de regras institucionais por práticas
simbólicas de relacionamento interno e externo.
Empresas que foram bem-sucedidas ao passar por essa metamorfose, como Lojas
Renner, Magazine Luiza e Carrefour – para citar apenas alguns exemplos – além de se
reposicionarem no mercado, conquistaram posições de destaque no ranking dos grandes
players do varejo. Da mesma forma, se firmaram no mercado com uma cultura
organizacional centrada em crenças e valores capazes de forjar uma representação de
empresas de perfil socialmente flexível, onde o lucro é visto como uma espécie de bem
comum. Neste sentido, o ganha-ganha institucionalizado através de rituais e práticas de
treinamento de pessoas opera como alavancagem das crescentes metas de resultado
econômico.
É bem provável que esse cenário tenha impactado também a trajetória do Grupo Casino,
cujas experiências serão abordadas, no dia 13 de março, na USP, por Philippe Alarcon,
Diretor de Coordenação Internacional. Sua apresentação terá como pano de fundo as
inovações organizacionais no setor varejista, conforme convite abaixo do Center of
Organization Stuties – CORS.