A provável desproporção entre os empregos que serão gerados em decorrência do avanço da inteligência artificial e o número de pessoas que conseguirá se reciclar para se inserir no novo mundo do trabalho poderá “condenar” muitos a uma espécie de ócio forçado. Calcula-se que cerca de 30% a 40% das novas profissões ainda estão por vir, mas nem todos candidatos conseguirão se qualificar para ocupar funções do futuro, conforme prevê o professor Yuval Noah Harari, da Universidade Hebraica de Jerusalém. Doutor em história pela Universidade de Oxford e especializado em história mundial, ele afirmou, recentemente, que esse contingente “são pessoas que não serão apenas desempregadas, mas que não serão empregáveis”.
Os comentários do autor do best-seller Uma breve história da Unidade – Sapiens, constam em um artigo seu denominado O Significado da Vida em um Mundo sem Trabalho publicado pelo The Guardian, no qual ele aponta que a nova categoria de desempregados deve surgir até 2050. Sua sobrevivência material dependerá de algum tipo de renda básica, segundo o especialista, mas há dúvidas em relação à saúde social e psicológica desse novo exército de reserva.