Pesquisa realizada em parte dos documentos que constituem a memória da Textocon, revela que os primeiros passos para sua criação foram dados em Porto Alegre, em 1985, quando, ao concluir a graduação em Ciências Sociais, na PUC-RS, o jornalista Maroni J. Silva decidiu mudar-se para São Paulo. Como lembrança, recebeu os cumprimentos de vários colegas do jornal Zero Hora, onde foi repórter por quatro anos, os quais lhe entregaram uma lauda com suas respectivas assinaturas, epigrafada com o seguinte texto: “Canudo na mão, bolso aliviado. Cientista Social, mais uma tarefa. Boa sorte companheiro. Abraços”.
Passados mais de 30 anos, a lauda, já amarelada pelo tempo, continua guardada como um registro histórico de sua trajetória jornalística na capital gaúcha. Lá ele trabalhou por mais de dez anos, em vários veículos, incluindo mídia impressa (repórter de jornal e revista) e eletrônica (redator e editor de rádio).
Assim como as antigas Remington, Underwood e Olivetti – marcas famosas de máquinas de datilografia responsáveis pelo som estridente, característico das redações do século passado, a lauda virou peça de museu de comunicação social. Trata-se de um formulário com espaço para 20 ou 23 linhas de texto, com 60 ou 90 caracteres por linha.
Após redigirem suas matérias nesses formulários – não sem antes inutilizar vários onde rabiscavam as primeiras linhas do lead, até chegar ao formato ideal – os jornalistas as encaminhavam, em mãos, aos chefes de reportagens. Esses, por sua vez, entregavam-nas aos editores que, junto com os copidesques, eram responsáveis pela última etapa de preparação de textos jornalísticos, antes da publicação.